Outubro 15, 2022

“O Porto não é um lugar. É um sentimento.” Celebra-se hoje, sábado o centenário de Agustina Bessa-Luís

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Este sábado celebra-se o centenário do nascimento de umas das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Agustina Bessa-Luís ficou conhecida por emancipar a força da mulher nas suas escritas. A escritora, natural de Vila Meã, Amarante, nasceu em 1922 e morreu a 3 de junho de 2019, no Porto, cidade onde viveu e pela qual se apaixonou.

Autora de uma vasta obra literária, que conta com romances, contos, biografias, peças de teatro, ensaios e livros infantis, foi considerada uma das mais geniais personalidades da literatura portuguesa. Estreou-se como romancista em 1949, com a publicação da novela Mundo Fechado, mas foi o romance A Sibila, publicado em 1954 que lhe constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento, a nível nacional.

Entre as várias obras publicadas, estão títulos como “A Muralha” – 1957, “O Sermão do Fogo” – 1962, o romance histórico “Um Bicho da Terra” – 1984, “Vale Abraão” – 1991 ou “Deuses de Barro” – 2018, este  escrito em 1942, mas que acabaria por ser a última obra publicada da autora.

Agustina foi inspiração de Manoel de Oliveira, com quem escreveu “Fanny Owen”, um romance, mais tarde adaptado ao cinema. A relação entre os dois prolongou-se até 2005 e a obra foi considerada uma das mais criativas da arte portuguesa contemporânea.

Centenário de Agustina Bessa Luís: 13 artistas pintam mural em homenagem à escritora

Entre as várias iniciativas, que decorrem a propósito do centenário do nascimento de Agustina Bessa Luís, 13 artistas residentes ou com origem no norte do país, estão a pintar um mural com 120 metros de extensão e dois de altura.

É o maior mural, em extensão, da cidade do Porto. A obra, encomendada pela CCDR-N, localiza-se na Via Panorâmica Edgar Cardoso, no muro da própria Comissão, entre a entrada principal da Faculdade de Letras e o cruzamento com a Rua do Campo Alegre. Um local que, para António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação, é de extrema importância para a obra, atendendo ao número de pessoas que por ali passa, diariamente.

A intervenção está a ser protagonizada por 13 artistas, FEDOR, Third, OKER, SPHIZA, CAVER, Fátima Bravo, GLAM, MADUZE, Daniel Africano, Pedro Podre, Mafalda Mendonça e Frederico DRAW, a quem foi entregue a curadoria do projeto, mas também por Mónica Baldaque, artista plástica, escritora e filha de Agustina Bessa Luís.

A cada um destes artistas foi destinada uma obra da escritora, de títulos como “A Sibila”, “Os Incuráveis”, “A Muralha”, “As Pessoas Felizes”, “As Fúrias”, “Fanny Owen”, “Dentes de Rato”, “Os Meninos de Ouro”, “Vale Abraão”, “Prazer e Glória” ou “Estações da Vida”, cuja interpretação está a ser passada das palavras para o pincel.

A escritora, que morreu em junho de 2019, completaria 100 anos hoje, sábado.

(Texto e Fotos de autoria do Porto Canal)